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terça-feira, 15 de setembro de 2015

VOZES DO PENSAR







Eu poderia falar do sol, da terra e do ar, mas eu apenas vou limitar esta escrita ao pensar. 
Há um intenso barulho dentro da minha cabeça, as vozes lá dentro não se calam, e a cada dia interferem no meu falar, no meu andar e no meu vestir, no entanto isso está a me atrapalhar! Tem dias que não compreendo o porquê elas querem gritar, mas são coisas que não posso falar, pois imagine só, o que de mim vão pensar.  É tão intenso esse momento, em que as vozes em desalento, andam na contramão, pedindo libertação. Vou me limitar a expressar o que meu consciente quer falar, tenho medo de pronunciar o que as vozes querem gritar, seria um caos, até imagino como iriam me olhar, pois é melhor me resguardar do que o meu pensamento quer enunciar, eu não vou concordar e nem lucidar o que não lúcido está.
Esta manhã eu acordei e não senti meu corpo, e nesse acordar eu não senti o ar. Eu acordei, sim! Eu me levantei, e não senti o chão, caminhei, e não senti o andar, eu olhei, mas não havia olhar, eu comi, mas não tinha paladar, eu amei, mas não tinha o amar.
Eu me levantei nesta manhã, e que triste manhã estava a me acompanhar, embora tentasse, estava fraco até o respirar, e... Eu... Eu não entendo o porquê desse pesar, era para ser só mais um dia, só mais um levantar. Antes eu sentia tanta coisa, medo, dor, raiva, mas agora eu não sinto nada, nem de sentimentos e nem de vida, pareço, triste, cálida e caída.
Lembro-me do sol, da chuva e do vento, mas agora o que sinto está preso em meu peito. Eu queria... Queria muito caminhar na tenra parte do meu pensar, e simplesmente ignorar, o que está a me matar, mas eu não consigo, pois pensar é retratar, o que a dor tenta apagar.
Eu acordei esta manhã, e as vozes não queriam calar. E só hoje compreendi que essas vozes são meus pensamentos querendo falar, e agora percebi que novamente posso respirar, pois não são só vozes, sou eu querendo expressar o mais profundo,que meu pensamento quer gritar.  






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