Eu poderia falar do sol, da terra e do ar, mas eu apenas vou limitar esta escrita ao pensar.
Há um
intenso barulho dentro da minha cabeça, as vozes lá dentro não se calam, e a
cada dia interferem no meu falar, no meu andar e no meu vestir, no entanto isso
está a me atrapalhar! Tem dias que não compreendo o porquê elas querem gritar,
mas são coisas que não posso falar, pois imagine só, o que de mim vão pensar.
É tão intenso esse momento, em que as vozes em desalento, andam na
contramão, pedindo libertação. Vou me limitar a expressar o que meu consciente
quer falar, tenho medo de pronunciar o que as vozes querem gritar, seria um
caos, até imagino como iriam me olhar, pois é melhor me resguardar do que o meu
pensamento quer enunciar, eu não vou concordar e nem lucidar o que não lúcido
está.
Esta
manhã eu acordei e não senti meu corpo, e nesse acordar eu não senti o ar. Eu
acordei, sim! Eu me levantei, e não senti o chão, caminhei, e não senti o
andar, eu olhei, mas não havia olhar, eu comi, mas não tinha paladar, eu amei,
mas não tinha o amar.
Eu me
levantei nesta manhã, e que triste manhã estava a me acompanhar, embora
tentasse, estava fraco até o respirar, e... Eu... Eu não entendo o porquê desse
pesar, era para ser só mais um dia, só mais um levantar. Antes eu sentia tanta
coisa, medo, dor, raiva, mas agora eu não sinto nada, nem de sentimentos e nem
de vida, pareço, triste, cálida e caída.
Lembro-me
do sol, da chuva e do vento, mas agora o que sinto está preso em meu peito. Eu
queria... Queria muito caminhar na tenra parte do meu pensar, e simplesmente
ignorar, o que está a me matar, mas eu não consigo, pois pensar é retratar, o
que a dor tenta apagar.
Eu
acordei esta manhã, e as vozes não queriam calar. E só hoje compreendi que
essas vozes são meus pensamentos querendo falar, e agora percebi que novamente
posso respirar, pois não são só vozes, sou eu querendo expressar o mais
profundo,que meu pensamento quer gritar.
Escrito por
Nenhum comentário:
Postar um comentário