A plenitude do conhecimento é a mãe do não
saber. Quando nos libertamos das correntes que aprisionam o conhecimento, então
temos uma visão do cárcere no qual vivíamos, passamos a não mais nos anestesiar
da dor e do sofrimento, passamos a entender que a beleza do conhecer está em
não conhecer, e percebemos que ser ou não ser não é a questão, mas a questão é
ser e não ser, saber e não saber, viver e não viver. Estas linhas que dividem
os nossos pensamentos são frutos da emancipação do saber, Sócrates relata a
importância de se admitir não saber ou conhecer todas as coisas, e é a partir
desse principio que partimos para a construção de um novo conhecimento.
Em dias quentes sentimos calor, em dias de
inverno sentimos frio, e a cada instante sentimos algo, seja bom, ou ruim, no
entanto esse sentir já faz parte do nosso ser, e está associado ao viver, ao
saber, ao conhecer, e por que não dizer ao não saber? Mas como reagir a esse
questionamento, como posso sentir, ou viver o que não sei. A instrução da sabedoria
é o abandono do conhecimento, e a retomada do conhecer, ou seja, a compreensão
de que nada é tão pleno a ponto de transpor todo o nosso intelecto, e é isso
que nos leva a uma busca insaciável do desconhecido, e quando percebemos já
estamos emaranhados na raiz de todas as questões, e só então nos damos conta,
de que o saber não é o conhecer, mas que o conhecer nos faz saber, e é esse
saber que nos faz compreender que o não saber é um princípio dos sábios, e é
angústia para os tolos. O conhecimento é a porta de saída para a liberdade.
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