“Para esculpir a nossa vida, a cada toque do formão em nossa superfície,
há necessidade de dor acompanhada de lágrimas.”
(Tiago
M. Szczepanski)
Muitas
vezes, durante os anos da vida, a dor acaba por fazer visitas. Vem daquele
jeito maroto trazendo o baixo-astral, deixando o indivíduo num estado de “skip”
dos controles remotos, a vida passa, mas não se consegue ver e nem entender. É
muito fácil culpar a dor por causar desordens na vida em todos os âmbitos, mas
será que alguém já se perguntou de onde vem essa dor? Muitas vezes a culpa pela
dor não se encontra em algo ou alguém, mas está mais perto, dentro de nós
mesmos, somos na maioria das vezes donos de nossas próprias dores, nossos
sofrimentos e, sem perceber, sozinhos vamos colocando nossas vidas pra baixo,
deixando-as sem graça, sem vida. Qual será o problema do ser humano? Talvez o
problema do ser humano seja a necessidade de se sentir atingido pelas coisas,
ter alguém para servir de vilão na história. Talvez o problema do ser humano
seja a falta de coragem de enfrentar as suas dores e reconhecê-las como suas
criaturas. Ou, talvez o problema do ser humano seja a acomodação, afinal, já
está tão acostumado em achar um culpado que este se faz necessário. Acabou que,
por meio desta acomodação, o ser humano cegou sua mente para que não haja a
percepção de que existe uma automutilação, para que o próprio eu não se saia
culpado. Vejo que já é hora de o mundo abrir os olhos da mente, hora de ver que
a dor pode estar sendo criada com fins de autodestruição num truque escondido
de nosso ser, hora de ver que somos responsáveis pela vida que temos e podemos
controlar nossos medos, ansiedade... dores. As pessoas precisam se sentir donas
de si mesma, filósofos desta imensa complexidade que somos, culpados pelas
coisas que nos acontece pois, Skinner já nos dizia que todo estímulo gera uma
resposta e, para cada resposta pode haver uma consequência, ou seja, muitas
vezes o que fazemos acaba gerando consequências punitivas e não nos damos conta
que isto só está acontecendo por que desencadeamos essa onda através de um
comportamento. Sejamos, pois, espectadores de nossa história, e assim como
quando assistimos a um filme, notamos os vilões da trama, deixemo-nos notar o
vilão que muitas vezes somos em nossas vidas para que, assumindo a culpa,
possamos controlar as dores que causamos.
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