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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A Dama e o Sol


Eram 06:00 horas da manhã, e ao primeiros raios de sol cruzavam a janela do seu quarto, ela abria  os olhos e esperava ver a luz... Era só o que ela esperava.

Todas as manhãs, até em dias chuvosos ela via o sol, e sempre acreditava que ele estava lá. Ele era grande, imponente e tão forte, tinham dias que ele aparecia na janela do seu quarto bem de leve, entrava pela cortina, passava pelo chão e chegava em seu rosto, aquilo era tão bom.

Quando vinha uma tempestade muito forte, ela sabia que o sol iria aparecer ninguém acreditava Mas ela confiava nisso, e sempre esperava por ele ... E ele sempre aparecia.

Era incrível como isso acontecia, pois, aquilo à confortava, saber que ainda havia luz, e que essa luz poderia guia-la, isso a deixava extasiada, com borboletas no estômago, era como se todo dia se preparasse para o casamento, sabendo que o noivo vai chegar.

De repente em um dia inesperado a chuva veio muito forte, mas ela sabia que o sol iria aparecer, sim! Ela sabia. Ela olhava pela janela, procurando luz, e a luz não aparecia, ela sabia que ele viria, mais cedo ou mais tarde mais ele viria, e ali ela ficou, esperando.

Passaram-se dias e a chuva persistia, e o sol não vinha, mas ela estava confiante Ele vai aparecer assim ela ficou, dias esperando, e o sol não apareceu.

Não havia mais luz, não havia mais sol, nem vida. Tudo ficou escuro, os dias eram iguais, pois não havia mais claridade para diferencia-los, ela sabia que esse dia havia de chegar, as pessoas a sua volta sempre à alertavam, dizendo, que precisava aceitar, que não podia ver o sol, que não podia ver a luz ... Que não podia ver nada, pois desde o acidente, os seus olhos se escuresseram, e já não havia mais cor e nem luz, e só agora ela havia se dado conta da sua cegueira, e assim aceitou não ver mais a luz, e nem o sol, era o que dizia para as pessoas, Estou conformada –  sim eu estou conformada!

Mas no fundo ela acreditava que a tempestade iria passar, e que o sol novamente iria brilhar, e ela estava esperando ... E assim ela decidiu aguardar pois sabia que o seu amor iria voltar.
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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Sapeca


            De repente a vida vai ficando preto-e-branco, e as cores que aqui existiam, já não existem mais. De repente a vida vai ficando amarga, e a alegria que aqui existia, já não existe mais. Quem me dera poder voltar à minha infância e viver toda a minha lembrança, de voltar de novo a ser criança, de dar vida às minhas cores.
O que era sério antes, percebo que era brincadeira e, por incrível que pareça, é muito mais sério nos dias de hoje. Lembro-me de brincar na sombra do pé-de-erva com meus carrinhos, brincar que era dono de uma grande empresa e muito, mas muito rico, levava a sério a brincadeira, ou melhor, brincadeira não, era minha realidade. Hoje, a vida não é nada mais do que escura e sem graça, a alegria que outrora existiu raramente aparece no meio desta correria. Se antes era tão fácil ter uma empresa, rios de dinheiro e ser influente, hoje percebo que preferia ter ficado lá pelos meus 9 anos de idade, onde a vida era verde e tinha o doce gosto de mimosa.
Ah... quem me dera voltar ao que eu era na totalidade da fórmula, sem compromisso, ou melhor, com uma reunião da minha multinacional de vez em quando, sem cansaço, afinal podia descansar quando eu quisesse na minha casa na beira do mar numa ilha só minha.
Percebo que crescer dói, cansa, exige. De tanta dor, cansaço e exigências que ser adulto cobra, acabo por perder a cor da vida, a alegria da vida, a vida da vida. Esqueço que um dia fui criança, mas que ainda posso manter essa criança viva, feliz, colorida dentro de mim, tornando minha vida mais cheia de amor para que eu possa viver com intensidade.
Ah... como dói crescer, mas como é prazeroso me por a prova de tudo ao levantar da cama e por o pé no chão, largar a velha mania de infância e correr atrás desses sonhos de verdade, mostrar para mim mesmo que sou capaz, que posso sempre mais e mais me superar. Como é bom acordar e ser a alegria que contagia meu caminho, a alegria que me impulsiona a me desafiar. Como é bom passar o dia e ser a vida que minha vida precisa para viver, ser capaz de por em prática os sonhos da minha alegria. Como é bom ir me deitar e ver que mesmo na escuridão da noite eu, e somente eu, tenho a opção de deixar meu dia colorido e mantê-lo assim mesmo depois de um dia cansativo, de um dia em que a alegria me impulsionou a viver, mas, que minha vida não deu conta de realizar. Deixa pra lá, o amanhã já está aí para eu por em prática tudo de novo neste ciclo sem fim.
Minha vida se conformou, então, que já não posso ser criança, mas que posso deixar viver o sapeca que existe hoje dentro de mim, um sapeca que já foi livre para correr e, hoje fica prisioneiro de seu próprio eu adulto que precisa viver.
É sapeca, creio que tá na hora de você aprender a controlar suas brincadeiras, só te peço uma coisa, não cresce com esse malandro não, ele precisa de você mais do que você dele.
Ah... quem me dera ser criança...
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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Autores da Vida



“Para esculpir a nossa vida, a cada toque do formão em nossa superfície, há necessidade de dor acompanhada de lágrimas.”
(Tiago M. Szczepanski)
           

Muitas vezes, durante os anos da vida, a dor acaba por fazer visitas. Vem daquele jeito maroto trazendo o baixo-astral, deixando o indivíduo num estado de “skip” dos controles remotos, a vida passa, mas não se consegue ver e nem entender. É muito fácil culpar a dor por causar desordens na vida em todos os âmbitos, mas será que alguém já se perguntou de onde vem essa dor? Muitas vezes a culpa pela dor não se encontra em algo ou alguém, mas está mais perto, dentro de nós mesmos, somos na maioria das vezes donos de nossas próprias dores, nossos sofrimentos e, sem perceber, sozinhos vamos colocando nossas vidas pra baixo, deixando-as sem graça, sem vida. Qual será o problema do ser humano? Talvez o problema do ser humano seja a necessidade de se sentir atingido pelas coisas, ter alguém para servir de vilão na história. Talvez o problema do ser humano seja a falta de coragem de enfrentar as suas dores e reconhecê-las como suas criaturas. Ou, talvez o problema do ser humano seja a acomodação, afinal, já está tão acostumado em achar um culpado que este se faz necessário. Acabou que, por meio desta acomodação, o ser humano cegou sua mente para que não haja a percepção de que existe uma automutilação, para que o próprio eu não se saia culpado. Vejo que já é hora de o mundo abrir os olhos da mente, hora de ver que a dor pode estar sendo criada com fins de autodestruição num truque escondido de nosso ser, hora de ver que somos responsáveis pela vida que temos e podemos controlar nossos medos, ansiedade... dores. As pessoas precisam se sentir donas de si mesma, filósofos desta imensa complexidade que somos, culpados pelas coisas que nos acontece pois, Skinner já nos dizia que todo estímulo gera uma resposta e, para cada resposta pode haver uma consequência, ou seja, muitas vezes o que fazemos acaba gerando consequências punitivas e não nos damos conta que isto só está acontecendo por que desencadeamos essa onda através de um comportamento. Sejamos, pois, espectadores de nossa história, e assim como quando assistimos a um filme, notamos os vilões da trama, deixemo-nos notar o vilão que muitas vezes somos em nossas vidas para que, assumindo a culpa, possamos controlar as dores que causamos.

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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

NÃO SEI DIZER NÃO SEI!



Em tantas reflexões, uma em específico me atraiu de forma especial, onde percebi que somos muito difíceis em admitir que não sabemos algo, e ao invés de dizer um simples “não sei” preferimos inventar contos e mitos para nos justificarmos perante algo que não sabemos, ai percebi que vai muito além dizer o tal não sei. Dizemos essa frase a todo momento, quando nos perguntam durante um encontro entre amigos, “quando?” o “não sei” sai com facilidade, já quando somos questionados o porque que escolhemos fazer algo novo, ou seja, um questionamento direto e pessoal, dizemos talvez que tenha sido o destino, ou Deus, ou o acaso, ou seja lá o que for mais útil para o momento.
Ao invés de simplesmente falarmos não sei, ai fiquei pensando, não falamos porque seria doloroso admitirmos, ou constrangedor pensar que o outro que nos questiona fará a sua análise, quem sabe até nos julgando como não sabedores.
E percebi durante a fala de uma inspiradora professora, que independente do que o outro pense se formos honestos com nós mesmos, não nos sentiremos constrangidos ou inferiorizados com o nosso “não sei”, e a partir daquele momento tomei a decisão de que quando eu não souber como responder algo, eu simplesmente direi não sei, pois o comentário daquela professora foi depois de uma aula de apresentações onde ela perguntou o por que da escolha do curso, e muitos ficaram meio sem palavras, outros já contaram suas historias e eu simplesmente contei algo que achei que faria sentido, e quando ela trouxe esse primeiro momento eu senti como se a fala dela fosse direta a mim, e decidi a partir daquele exato (e segundo) momento quando eu não saber o que falar, eu direi não sei. Mas, depois dessa decisão eu questionei a mim mesma o por que da historia que eu contei, com implementações que nem eram verdadeiras, será que seria pra impressionar, ou quem sabe pra mostrar que eu realmente queria acreditar naquilo, do que apenas aceitar que eu realmente não sabia o por que eu tinha escolhido fazer aquele curso, afinal nunca na minha cabeça passou a minha escolha como alternativa...
Então pergunto várias vezes as pessoas procuram realmente passar seu conhecimento por (com)partilhar, ou sempre farão a tentativa de impressionar, dizendo sim eu sou capaz de responder isso, mesmo que eu não saiba, eu tenho capacidade de inventar algo que seja convincente!

p.s.: escrevi há algumas semanas esse texto, e hoje enquanto lia para poder postar percebi, que mesmo tendo sido tão enfática e determinada em dizer não sei quando eu realmente não soubesse algo, eu percebi que não fui e não venho sendo honesta comigo mesmo, eu ainda não disse que não sabia enquanto estava de frente ao que me era desconhecido. Pensando bem quem saiba eu deva assumir, que eu não sei dizer que não sei!

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sábado, 3 de outubro de 2015

ISSO É AMOR!




Sempre quando ela acordava ela pensava nele,imaginava ele, e até esperava por ele.Ele era pequeno e tinha um sorriso incrível,seus olhos eram azuis e seu nariz era pequeno.

Ela não sabia o porque, mas sempre que saía de casa ela o encontrava,e esses encontros tornaram-se rotineiros.
Ele à achava estranha, com aquela cabeleira toda, e aquele aparelho nos dentes, ela era uma branquela de pernas compridas, assim que ele a descrevia. Ele não entendia o porque dela sempre o ficar encarando com aqueles grandes olhos castanhos e nem o porque de sempre se encontrarem, seria o destino? Assim ele pensava.
Ela era paz e calmaria,ele era guerra e tempestade, ele era frio e ela era calor, ele era sonho e ela era amor.
E no meio de tantos encontros e desencontros ele sorriu, e ela sorriu, então algo os uniu.
Ele colocou uma mão na boca e outra no peito, não compreendia porque sua boca queria sorrir e seu coração queria sair.
Ela riu da reação dele, e também estranhou sua própria reação, era estranho.
Ele caminhou até ela, e ela o esperou se aproximar, ele a olhou nos olhos e disse:
- O que é isso?
E ela respondeu
-Eu não sei, mas mamãe disse que isso é amor!
Então eles se olharam, e juntos disseram:
Amor?
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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

VERDADES

            Nossas vidas estão cercadas de verdades, seja na família, na faculdade, no trabalho, enfim, não há como escapar das verdades que nos rodeiam. Existem aquelas verdades que nos machucam, as verdades que nos confortam, aquelas que nos matam, aquelas que nos dão vida nova, mas todas com algo em comum: são verdades.
            Há aquela verdade que vem como um cavalo a galope pelo deserto e ao chegar, depois de uma cansativa viagem por um caminho sem vida, ainda está sorridente por que traz a verdade em forma de uma flor cheia de alegrias. Ao mesmo instante em que estas existem, há aquelas que vêm por caminhos de jardins reais, coloridos, cheios de vida, porém, ao chegar, nos trazem verdades cheias de dor, verdades de sofrimentos e tristezas.
            O que é a verdade? O oposto da mentira? Aquilo que é bom de ouvir? Aquilo que sustenta nossas vidas? Ou será a verdade aquilo que está destinada a nos matar?
            Seja boa ou ruim, ainda são verdades. Seja uma verdade mentirosa, ou uma mentira verdadeira, são verdades. Seja aquilo que traz luz ou traz escuridão, continuam sendo verdades. Às pessoas, cabe simplesmente a tarefa de dar força a essas verdades ou, deixa-las reclusas dentro de um poço de mentiras.

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