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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O que se leva dessa vida?

        Afinal o que é a vida se não um emaranhado de emoções e sentimentos, cada passo que damos tem um significado, cada passo que recuamos também, então eu me pergunto o que devo viver se sei que vou morrer?!.Mas se isso de fato vai acontecer, o que fazer? São tantas perguntas, e tão poucas respostas.
       O que é mais importante, as primeiras palavras de um homem, ou suas últimas palavras? Penso que o início da vida é também o início da linguagem, da fala e da verbalização, já o fim da desta é um silêncio  imperceptível e quase inaudível, ainda há linguagem, porém a fala não é a mesma, pois há uma reflexão, seja do jovem que vai morrer, ou do “velho” que muito viveu, e agora em silêncio aguarda o fim da vida. O que vemos é que ninguém da importância as palavras que são ditas no leito de morte, não atentam, assim como no início, percebe-se que essas palavras passam a ser desvalorizadas, pela angústia que o fim provoca, afinal, ninguém quer ouvir as últimas palavras de alguém de quem quer se ouvir por toda a eternidade, ou seja não estamos preparados para a morte! Mas calma, se não estamos preparados para esse dia, significa que não estamos preparados para a vida, que não aprendemos a viver, pois só morre, quem vive, e quem não vive? Há muito já está morto.
       Recordo-me dos dias passados como se fosse hoje, e as vezes penso que ainda posso vive-los. Ah! Mais um suspiro, em um dia que ao que me parece está nublado, mais um suspiro, que indica que ainda há ar nos meus pulmões, mais um suspiro no que ainda me parece vida. Não sei o que levarei, mas sei o que deixarei, e mais ainda sei que me ouvirão as últimas palavras, e isso terá dado teor a toda a minha existência.
      Agora já não sou mais carne, e não há mais sangue em minhas veias, volto ao estado inicial da vida, e esse estado é a morte! Quase já não sinto as palavras, mas ainda vivo a linguagem, e esta... Esta nunca morrerá! Não sabemos o que há de vir, mas sei que não é ruim, é apenas um retorno para casa, mas enquanto não volto, vou poetizar, o que não morreu, o que ainda vive, e isso sim, é o que importa nesse momento.
O que se leva dessa vida? A pergunta certa deveria ser, o que se deixa nessa vida?

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