É estava
eu lá no meio daquele monte de gente com suas crianças no colo, loucas para
alcançar as balinhas que o Papai Noel distribuía.
Quando
de repente a muvuca ficou um (in)tensa demais para uma apresentação de natal.
Eu e
minha mãe já tinha nos emocionado à beça, quando nos deparamos com uma cena um
pouco cômica se não houvesse um pouco de tragédia, um homem, 40 anos mais ou
menos com uma criança menina no colo começa a discutir (feio) com uma jovem
senhora idosa que prestigiava a magia natalina acontecendo com seu fofo
cachorrinho no colo...
Foi um
bate-boca e tanto, rolando ali bem nas nossas caras e ninguém fazia nada,
instantaneamente e quase que inconscientemente vi que o negócio estava
começando a esquentar a voz ficando mais alta, e eles se tornando o centro da
atenção, eu contagiada pelo espírito natalino pulei (sim pulei no meio deles
antes que eles se aproximassem mais e) entre os dois e comecei a cantar (e
dançar) uma música de natal, com a qual eu mal sabia a letra, mas mesmo assim
deu certo (o que eu queria fazer), eles tentaram continuar a discussão mas
graças a essa magia toda de natal mais pessoas me ajudaram a cantar a música
mais ou menos assim: “eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel la la la la la la la la la la la la la la la
la brincadeira de papel...” foi o que saiu da música e foi a maneira que as
pessoas em volta me apoiaram, e depois que o rapaz já não estava mais na cena
muito menos a senhorinha, a minha mãe vem e me diz “atitude muito bonita a sua,
não fez nada diretamente a eles, mas teve uma ótima sacada, teve até
ajudantes”, naquele momento com o Papai e a Mamãe Noel atrás de mim e as
pessoas que me ajudaram a cantar no meu lado, senti que fazia parte daquilo,
que eu era um soldadinho-ajudante-de-papai-noel junto com meus companheiros de
trabalho.
Fiz
pelo simples fato de que aquela senhora merece muito mais respeito do que
realmente podemos dar, quantos natais ela já não viveu? Quantos natais ela já
não salvou? E aquele senhor poderia estar simplesmente estressado após longo
dia de trabalho tendo que carregar a criança no colo no meio de uma montoeira
de gente mas, e aquela criança não merecia que o natal dela fosse estragado,
teve poucos até agora, mas terá muitos pela frente, não me importa se ela
entende como o trabalho do Papai(s) Noel funciona, o que importa é que eu tentei fazer com que
ninguém ali fosse prejudicado, a intenção e espalhar a felicidade e
confraternização que a época de natal nos traz.
Assim
como descobrimos (eu e minha mãe, mais minha mãe, ela ama conversar, ama
sociabilizar) que uma menina da minha idade mais ou menos não gosta de natal
nem de papai noel, descobrimos também que uma mulher da idade dela estava lá
cansada depois de um dia de trabalho, em pé firme esperando a chegada do bom
velhinho.
Que a
magia do natal nos contagie sempre, não só na época de festas de fim de ano.
Ah e
sobre a discussão foi aquela velha história a idosa estava atrapalhando a
passagem, enquanto a pequena criancinha é que precisava ver o Papai Noel, e o
rapaz ao invés de pedir licença, simplesmente achou que passaria pelo espaço
(que nem a criança sozinha passaria) e tentou, empurrou a senhora, e ela disse
que era só ele ter pedido licença.
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